HAVANA

Eunice se despediu do casal de médicos que ia para o congresso de neurologia em  Chicago. Sempre que surgia um problema durante a viagem ela dizia: que diferença. Partimos do Panamá às 10 horas do dia 22 de julho de 2018, duas horas depois estávamos em Havana. Na chegada houve um pequeno burburinho e mistura de filas de imigrantes e nativos, revisão de bagagem em busca de armas, checagem de dados. O aeroporto estava lotado. Enfim, entramos oficialmente na ilha.

Um jovem representando a operadora nos recepcionou às 15 horas e nos encaminhou para uma van e nosso motorista de meia idade. No percurso ao hotel começou informando sobre a maravilha que iríamos conhecer em Varadero, fez alguns elogios espontâneos ao socialismo e comentou sobre políticos brasileiros que estiveram 3 ou 4 dias antes  em Cuba num encontro relacionado ao fórum de São Paulo.  No caminho, o primeiro susto. Valdeci perguntou sobre o motivo de uma gigantesca fila de pessoas sob um sol escaldante, de rachar os miolos e nosso loquaz motorista falou de forma rápida como se quisesse mudar de assunto: gelado. Insisti na pergunta e ele respondeu em inglês meio embaraçado, ice cream. Descobrimos que era uma fila para comprar sorvetes e ficamos admirados. Chegando ao hotel, o homem nos pediu um chocolate.

Nosso hotel  era o NH Capri La Habana e ficava a 2 ou 3 quadras da praça da revolucion,  Calle 21, entre N e O, 10.400, Havana – Cuba. O hotel é bom e o serviço de qualidade.  Entramos no apartamento e logo surgiu um probleminha. Eu queria deixar nossos passaportes e valores no cofre e andar com a cópia, parece até que isso é errado, andar com copia, mas tenho o maior ciúme do meu passaporte. O cofre estava quebrado, liguei para a recepção e o enviado não resolveu o problema. Resumindo: tiveram que mudar a porta do cofre com o apoio de 3 funcionários, após mais ou menos horas de peleja. Eu e Eunice ficamos no quarto com uma vista parcial de Havana, prestei atenção numa garota tomando de modo compenetrado um banho prolongado em pequena imitação de piscina que quase não cabia na sua área de serviço no prédio ao lado. Na portaria do hotel fiz a minha primeira operação de câmbio: troquei US$ 100 canadenses por 70 CUC, Valdeci trocou uns dólares americanos pagando uma taxa de 10%. Depois fiz uma troca com uns poucos Euros e aí, segue  uma dica: A melhor vantagem para o turista é cambiar a moeda canadense. Mas, em Cuba tem outra moeda, o CUP, utilizada pelos cubanos, 24 vezes mais desvalorizada que o CUC. Uma pegadinha é você pagar uma despesa em CUC e receber o troco em CUP, são notas parecidas. Vi comentários sobre isso, mas, conosco tal fato não aconteceu em Cuba. Achei os funcionários do hotel bastante educados e simpáticos, tinha uma pessoa que trabalhava lá que me respondia algumas perguntas meio indiscretas, sob as vista de um indisfarçado espião na entrada principal, como por exemplo, qual a renda que prevalecia em Cuba?. Ela me disse que era 25 a 30 dolares, mas tinham pessoas que ganhavam cerca de 12 dolares mensais do Estado, uma única vez num dia certo. Para sobreviver tinham que vender e revender roupas e sapatos, outros inventavam as mais diversas maneiras de ganhar algum. Perguntei sobre liberdade e ela me disse que isto era complicado de responder, como quem diz – não me comprometa. Após o conserto do cofre desci para o térreo, sai do hotel e fui tentar comprar pão para o lanche. Na outra quadra encontrei uma padaria extremamente modesta e com prateleiras vazias, comprei um pacote de pão barato, em torno de meio CUC. Não tinha manteiga para vender, mas tinha água.

Eu estava com 70 CUC no bolso e no começo da noite fomos jantar e depois conhecer os arredores. Do lado de fora do hotel, um cubano de terno, exageradamente solícito e amigável nos induziu a entrar num restaurante em frente, talvez uma forma de conseguir alguns trocados complementares ao seu seguro e parco rendimento oficial. Negociava também táxis. Gosto de ser bem recebido, mas detesto exageros. Devo reconhecer a excelente qualidade do serviço e do jantar. A cozinha cubana é muito requintada, um prato individual custava em julho de 2018 entre 12 e 15 CUC e a conta vem sempre sem nenhum adicional, não tem gorjetas como por aqui. Engraçado, quase tudo tem gorgetas, menos restaurantes. Achei Havana muito bonita, as ruas são bucólicas, limpas, pelo menos aonde a gente estava, pouco transito em relação ao que estamos acostumados e os carros da década de 40 , 50 e 60, tem um certo romantismo nostálgico, embora aqui e ali existam carros modernos  no ponto de táxi em frente ao nosso hotel. Fomos dormir bem cansados.

No outro dia fomos fazer um city tour e me chamou logo atenção o aspecto dos prédios à beira mar, extraordinariamente belos, quase todos com aspecto em reconstrução, daquelas reformas que nunca acabam. Alguns desses edifícios estavam parcialmente ocupados. Passamos em frente a embaixada americana que se encontrava fechada, talvez devido a algum entrevero com o Trump. O nosso guia só falava em aspectos históricos que ocorreram em Cuba antes da revolução. Passamos no Centro e locais históricos de Havana, no bar onde o americano Hemingwey, premio Nobel de literatura batia o ponto. Floridita escolheu morar em Cuba, convivia tomando seus tragos e onde escrevia seus romances. O bar estava lotado e passei apenas em frente, dei por visto. Mas, ninguém, ninguém me respondeu satisfatoriamente sobre aquelas mansões e edifícios extraordinárias na beira mar, apenas soube mais tarde que as aparências de reforma eram na verdade o efeito devastador da maresia que atacava as ferragens das construções. Achei um desperdício, aquilo tem fantástico potencial turístico, gerar renda e emprego. Tiramos umas fotos na praça da revolução e perguntei a um cubano que me deixou entrar no seu carrão antigo, muito bonito, qual o valor daquele carro, ele me disse que valia 50 mil dólares, achei um exagero. No centro da Praça da Revolução, onde o Fidel fazia seus prolongados discursos, fica o memorial José Martí com uma torre de 109 metros de altura. A praça recebeu um milhão de pessoas por ocasião de visita do Papa João Paulo II em Cuba em 1998.

Cesar na Praça da Revolução em Havana.

No porto de Cuba destaca-se  o Castelo de São Salvador de la Punta, enquanto do outro lado da Baia se encontra o Castelo dos Três Reis Mágicos do Morro, ao que se alcança via um túnel por baixo do mar. O castelo é uma das maiores fortificações espanholas no Caribe. Construído entre 1589 e 1610 para defender o porto dos ataques dos corsários e piratas mostra uma obra emblemática de engenharia daquela época. Almoçamos neste local e tive noticia do canhonaço,  decidi visitar e conhecer sua história. Depois do almoço ouvi de um cubano 2 coisas importantes. 1. Cuba sentiu fortemente a derrocada da União Soviética e o desmantelamento da comunidade dos Países Socialistas que lhes davam guarida e tinha as costas largas para apoiar o governo de Fidel em trocas vantajosas para seu País, e 2. Ele me disse, em todos os Países, o sujeito ganha um salário e se puder, ganha por fora alguma propina secundariamente. Em Cuba a propina é a principal fonte de renda, o salário é secundário, alguns chegam a ganhar 12 dolares mensais pagos regia e pontualmente por mês pelo governo. Isto não significa que sejam atividades ilícitas, o sujeito cria, inventa mil e uma formas de ganhar um dinheirinho por fora para completar o seu magro orçamento, um jeitinho de viver. Além disso, o governo subsidia  alimentação, saúde, educação, sem direito a internet…

De noite fomos a um restaurante sugerido pelo Valdeci obtido de uma pesquisa na Internet no vértice de uma esquina triangular o Chacon  162 na Habana Vieja, 10. Fomos de  táxi, local simples e  agradabilíssimo, comemos uma lagosta  muito bem preparada, uma gostosa limonada, e preços justos.  No retorno ficamos um pouco preocupados, algo receosos, tínhamos que andar uns 3 ou 4 quarteirões para pegar o táxi de volta ao  hotel, trajeto repleto de pequenos grupos de jovens conversando, brincando, lugar de aspecto evitado por aqui, só frequenta quem mora e conhece o ambiente. O dono do bar nos disse que ali era tranquilo e seguro. Pagamos a conta sem gorjeta, fizemos o trajeto e pegamos um táxi no final da rua, tudo na perfeita ordem. O preço dos táxis eram sempre combinados antes, 10 CUC´s. Percorremos a prolongação da Vieja Habana, no famoso Malecón, uma avenida costeira de sete quilômetros desde o Castillo de la Punta até o rio Almendares. O Malecon é para os cubanos um lugar de encontro e, especialmente, um lugar para namorar. Gostei  de ver este trecho.  Achei Havana segura, embora com muita gente perambulando pela rua.

Jantar no Chacon 162 em Havana

No outro dia fomos a um acanhado shopping com poucas mercadorias e vendedores desanimados, e desinteressados, talvez por não participação em lucros. Nesta época havia um debate no País sobre alteração na constituição sobre alguma abertura e mais liberdade de mercado, e muitos viam com desconfiança estas mudanças que aumentaria a fiscalização e o controle do governo. Depois passamos por uma espécie de feira de poucas variedades, nesse ambiente sentimos uma atmosfera maior de competição. Retornando ao hotel, encontramos Valdeci e Mirian e  fomos de táxi a um laboratório produtor de produtos especiais e alguns tipos de hidratantes. Fomos cercados por vendedores que alardeavam a qualidade de seus produtos clandestinos, seriam melhores em qualidade e procedência do que os da instituição oficial. O órgão do governo exigia um dispêndio de 150 CUC com médicos especialistas para receitarem os produtos. Conseguimos comprar uma pequena amostra sem precisar deste receituário. Em seguida retornamos para um breve descanso no hotel.

Negociamos um taxista por 10 CUC nos levar a um restaurante frequentado exclusivamente por  cubanos, os chamados Paladares, onde os preços  são menores, baratos, come-se por 1 a  4 CUP, pode-se pagar em CUP, a moeda dos cubanos. O motorista saiu perguntando onde ficava o el BURRITO, indicavam um canto, outro, pela direita, esquerda, e depois de muito rodar não achamos o dito restaurante. Voltamos para o hotel e pagamos 10 CUC para evitar confusão e bastante chateados com o motorista que nos pareceu trapaceiro. Presumo que ele sabia que o el burrito não estava funcionando. Nosso destino era quase sempre comer em frente ao nosso  hotel, não tivemos a chance de conhecer um verdadeiro Paladar em Havana.

Cesar e Eunice na fortaleza de San Carlos

No ultimo dia na cidade, no final da tarde fomos a fortaleza de San Carlos conhecer um pouco sua história. O canhonaço das 9 é uma cerimônia militar que data do século XVIII e ainda se mantém atualmente. Traduz-se literalmente num disparo de canhão originado desde a Bateria de Cerimônia da Fortaleza de San Carlos de la Cabaña.  Atualmente, os encarregados principais de levar a cabo esta tradição histórica-militar são jovens recrutados do Serviço Militar, os quais vestidos com fardas daquela época mostram a centenas de turistas nacionais e estrangeiros que se reúnem todas as noites para assistir ao disparo do canhão. Após a invasão da Fortaleza de los Tres Reyes Magos del Morro e a consequente tomada de Havana pelos Ingleses, no ano de 1762, o rei Carlos III ordenou a construção de uma grande fortaleza que pudesse proteger, a até então, vulnerável Colina del Morro. A construção começou em 1763 e terminou em 1774. Foram utilizados os mais avançados conceitos da engenharia militar do século XVIII e a maior fortaleza construída pelos espanhóis nas Américas. O estrondo è ensurdecedor, o zumbido no meu ouvido perdurou por alguns minutos.

VARADERO

A viagem de Havana até Varadero durou 2 horas numa perua VAN para cobrir os 150 km de boa estrada, com um motorista que falava muito pouco. Eu esperava ver um amplo canavial na estrada, mas, vi muitas matas secundárias, a flora de Cuba tem diversidade, vi descampado, áreas reflorestadas, flamboyants, o solo aparentemente cansado, apenas 1/4 do território cubano é agricultável e a economia agraria depende muito da monocultura canavieira, com pouco potencial de geração de renda e emprego. A patrulha averiguou a documentação do carro uma vez. Passamos pela cidade de Matanza, e logo chegamos ao FRAMISSIMA Memories Varadero beach. Eu quis conhecer o lugar num relance, a princípio gostei muito de ver uma garrafa de whisky pela metade numa mesa repleta de bebidas, tudo grátis, depois veio a realidade de uma fila longa e desorganizada no balcão do lobby. Após o demorado cadastro e recebimento das chaves seguimos num veículo adaptado para nos transportar juntamente com a bagagem.

Eunice no  Carrito

Conhecido como carrito, nos deixaram com a pesada bagagem (uma ajuda parcial do motorista), num bloco, atrás de outro bloco um pouco distante do trajeto natural do carrito. O tempo gasto a pé entre o lobby e o nosso apartamento era em media 15 minutos. A estrutura do resort é muito boa, com alguns problemas de manutenção, quase não vi tecnologia nos tratos culturais com a vegetação, homens capinando com terçados e facões, muitos coqueiros e arvores retorcidas decorrentes de furacões passados.

O primeiro problema. A internet,  mesmo paga era disponível apenas no Lobby, portanto tínhamos que sair do quarto, andar os 15 minutos para nos conectar com o mundo. Após um rápido descanso, fomos até um deck para sentir e perscrutar o ambiente, pedir um sanduiche com refrigerante tudo free, e daí passar o tempo para o jantar num restaurante próximo ao Lobby. Não gostei muito da qualidade do sanduba, mas a fome era grande. A gente queria programar 2 jantares, fora do restaurante popular, e não havia disponibilidades. Coisa boa sempre é escassa. Eunice decidiu fazer uma reclamação oficial sobre a qualidade do serviço para nossa operadora aqui em Fortaleza, de vários contratempos ocorridos, inclusive pouca oferta de água e papel higiênico nos apartamentos. Achamos preferível comunicar no outro dia, mas ela decidiu fazer a reclamação logo no Lobby com internet, urgente, para tentarem resolver os problemas mais cedo, deixar para depois tardaria ainda mais a solução. Mas, anoitecia e faltou energia elétrica. No retorno pagamos o maior mico da viagem, tivemos imensa dificuldade para achar os nossos apartamentos, o nosso bloco ficava fora da sequencia e os números não eram ordenados. Pensei, os 4 tateando no escuro igual a breu aqui em Cuba sendo guiados pela lanterna do meu celular que apontava para uma numeração desordenada. Valdeci dizia: Cesar, fecha  esse celular porque se descarregar vamos achar nosso bloco apenas pela manhã com a luz do sol. Enfim, chegamos ao bloco 38 após uma longa e tenebrosa busca.

Cesar na entrada do resort de Varadero

De manhã, pegamos o carrito e fomos tomar café no refeitório, comida abundante de razoável qualidade. Dali, fomos conhecer a praia, reclamei da demora do carrito. Um casal cubano acompanhado de sue filha concordou comigo quando eu disse que poderia ter mais transporte, uns 5 carritos adicionais. A mulher do cara pulou fora da conversa e ficamos conversando com o pai e filha. Eunice perguntou algumas coisas e ele nos disse que recebia cupons para comida e água (falam em kg de água), educação era grátis, saúde também, mas as escolas não tinham internet, a garota saiu da apatia e enfatizou, e o cubano reclamava dessa situação. Fomos para a praia e confesso que foi um dos melhores banhos de mar que tomei na vida, águas mornas e transparentes, com ondinhas suaves e olhem que nasci na beira mar. Cuba é muito privilegiada neste aspecto turístico, a praia apinhada de gente de várias nacionalidades, principalmente russas. Na hora do banho conversei com uma cubana simpática que se dizia de alto astral, sobre aquelas casas e prédios tão bonitos e estragados da orla de Havana. Ela me disse que aquilo tudo pertencia aos americanos ricos que vinham se divertir em Cuba e que foram enxotados pela revolução. A conversa parou por aí. Fomos para o almoço da mesma forma, muita quantidade e razoável qualidade. As comidas mais nobres eram disputadas e tinham fila. O calor do final de julho, insuportável, nos obrigava a procurar um local com ventilador de teto. Vento quente e local abafado. Neste sufoco descobri uma situação que me pareceu injusta. Uma sala no refeitório com ar condicionado, pessoal muito satisfeito, uma acachapante discriminação. Fiquei atento, percebi que tinham pulseiras diferentes da minha, eram um grupo turístico de elite. Aliás, notei depois que até na praia tinha esta separação, e jurei nunca mais fazer estas economias de palitos. Não vale a pena. Olhei atentamente o Carrito na hora do rush, do almoço, demoravam e a gente não gostava de enfrentar o sol do meio dia. Portanto, tínhamos de esperar, sem internet. Voltamos para o nosso alojamento e depois de um breve descanso seguimos para o  LOBBY no carrito, a estas alturas a operadora de Fortaleza tinha comunicado aos cubanos sobre as nossas queixas. Num instante conseguiram nos encaixar em 2 jantares refinados, um de cozinha italiana e outro, de cozinha japonesa. No jantar a italiana a garçonete cubana colocou os pratos no banco lateral, pois, a mesa ainda estava cheia de taças de vinho e chegara a hora dela ir embora. No jantar japonês, no outro dia, um cozinheiro fez o maior malabarismo e preparou as comidas na frente da gente, tinha uma família francesa na nossa mesa.

Alguns desacertos na logística: No banheiro, para tomar um simples banho, tínhamos que escalar um batente muito alto, o problema maior mesmo era a demora do carrito. Para evitar idas e vindas do LOBBY Eunice não quis voltar ao apartamento, passou o dia por lá. Aproveitei umas horas vendo os canais de televisão disponíveis, com duas noticias de destaque. O aniversário de nascimento do falecido ex-presidente da Venezuela, muitas vezes citado no canal estatal como comandante supremo Hugo Chaves e a reunião dos BRIC’s na África do Sul. Destaque, o  presidente brasileiro foi muito pouco citado como membro desta reunião de cúpula. Vi num dos canais entrevistas conduzidas pelo ex-presidente do Equador. Para as crianças, desenhos sobre a história de exploradores espanhóis e a caricatura de um doutor sabe-tudo falando de biodiversidade e domínio sobre a Amazônia.

No final das tardes passamos momentos agradáveis no LOBBY, onde aproveitávamos para nos atualizar pela internet e ouvir músicas belíssimas muito bem executadas num piano de cauda por uma jovem cubana. Em 2 balcões próximos éramos servidos por generosos copos de um delicioso suco de limão. Eu e Eunice retornávamos para o apartamento no carrito. De noite íamos a um anfiteatro próximo e da plateia assistíamos peças de teatro infantil, algumas atrações de cantos e imitações de cantores famosos.

Eunice, Valdeci e Mirian no lobby do resort de Varadero ouvindo a pianista.

 

Enfim, o dia de retorno para o Brasil. Deixamos para arrumar as malas na madrugada do dia seguinte e ficamos novamente à luz de velas. Romântico.  Melhor dizendo, com a luz mais uma vez redentora do aplicativo lanterna do celular, por sinal, prestes a descarregar. Imagine juntar em volumes uma porção de pequenos objetos espalhados pelo apartamento nestas condições. Após este sufoco, enfim, colocamos as malas, sacos, e trouxas mal acondicionadas pela pressa e viajamos 2 horas para o aeroporto com muita gente pedindo carona no caminho e chegando ao destino gastei os últimos Cuc´s com um café precário. Ainda tentei comprar um jornal cubano “o granma”, mas o setor de informações do aeroporto me disse que não tinha em canto nenhum, o rapaz ficou até admirado com o meu pedido. Foi isso.