Viagem para Miami

 

Era para desocupar a casa em Orlando as 10hs, pegamos nossas coisas, fiz o checkout, recebi meus U$ 30,00 que havia deixado no dia da chegada e entramos no nosso confortável e econômico TAHAD. Tinham 2 malas a mais que compraram, fizemos um arranjo inteligente. Ô cabra danado este Cesar Jr. O homem pensa em tudo. Almoçamos na estrada uns sanduiches e chegamos em MIAMI as 15 hs, sem nenhum comunicado autorizando nossa entrada. Fiquei dando voltas no quarteirão enquanto o Cesar Jr tentava contato para receber autorização do proprietário. Deixei o carro num parque vizinho ao nosso prédio, que ficava num perímetro com inúmeras lojas nas proximidades, um verdadeiro paraíso para quem gosta de compras, inclusive a famosa ROSS. A ordem de entrada chegou pontualmente as 16 hs, entramos no apartamento, por sinal acima das expectativas e fomos buscar o carro com nossa bagagem. De noite fomos novamente abastecer nossa geladeira num gigantesco supermercado, o Tight.  

Todos ficaram alvoroçados com a presença de tão famosas lojas e grifes nas vizinhanças, no dia 23 compramos singelas decorações e adereços natalinos, passamos o natal juntos de forma simples e alegres com direito a amigo secreto no nosso apartamento de Miami, com um peru de 10 dólares preparado pelo nosso máster chef Cesar Jr e arroz mais ou menos feito pela Andréa. No outro dia matamos um pouco a saudade do nosso feijãozinho com arroz num restaurante brasileiro, “o girafas”. Em seguida fizemos um belo passeio em Miami Beach, onde tomei um banho de mar inesquecível e esquisito, comigo só foi o Cesar Jr, água cristalina embora gelada, e sem nenhuma onda. A gente percebe que o ambiente é cosmopolita. Outro grande passeio foi passarmos o dia na famosa avenida Lincoln Road tomando vinhos e chopinho gelado, com pratos típicos americanos dentro do clima festivo de natal e final de ano. A gente tem sempre que ficar atento com algumas despesas, não precisamos tomar café e jantar fora, essa é a vantagem de se ficar numa casa equipada. O almoço de 5 adultos e 2 crianças fica em torno de U$ 200,00 a 250,00, extremamente caro são os serviços e pedidos extras. Uma entrada com 5 rodelas de pão e 2 ou 3 porções de molho custaram U$ 10,00 numa refeição na Lincoln. Nesse dia não pagamos os 15% de gorjeta e o garçom todo cheio de razão, disse que era lei, dissemos que ele era obrigado a fazer jus. Ficou por isso. Na saída, onde pegamos o carro, um policial parou na nossa frente, desceu e se dirigiu a um grupo com jeito de latinos. Será que estava atrás de ilegais? Não sei dizer, mas qualquer pequeno entrevero pode ser muito inconveniente para quem não tiver os documentos em perfeita ordem.

Cesar e Yuri na Lincoln Road em Miami nos EUA.

Deixamos para conhecer apenas no final das férias um espetacular restaurante em Fort Lauderdale, o Kaluz, com uma vista exuberante dos barcos luxuosos, alguns sendo muito grandes que obrigavam a levantar a ponte móvel em frente ao setor externo do restaurante. Retornamos a Miami, e nesse dia no finalzinho da tarde fomos para Wynwood, um bairro até há algum tempo degradado,  violento, agora  com obras dos mais famosos grafiteiros dos EUA. Foi uma ideia de Tony Goldman, o bairro tem 5 quarteirões e um enorme estacionamento que cobra 20 dólares por carro e estava lotado. Achei o preço exorbitante, uma exploração e Cesar Jr foi deixar o carro na rua, 3 esquinas adiante nas quebradas, e após apreciarmos algumas galerias, museus e ateliês, fui pegar o carro com ele. Me pareceu um bairro de certo modo hostil. Tudo bem, retiramos o carro numa boa e viemos recolher o pessoal no ponto combinado.

Pensei lá com meus botões, que tal prepararmos murais com os nossos criativos e desprestigiados artistas (pintores, músicos, palhaços, escultores) populares em bairros pobres da periferia de grandes cidades brasileiras, com prêmios fabulosos da Lei Rouanet, incentivos de empresários, comidas locais, estacionamentos de carros. E segurança, principalmente seguranças promovidas por moradores locais, reconhecidos e devidamente remunerados com verbas públicas e privadas? Wynwood de Miami é um modelo, o que é bom deve ser copiado e adaptado nesse mundo globalizado.

No outro dia acordamos tarde, arrumamos as malas e fomos definitivamente para Fort Lauderdale, dando uma passada não muito demorada no maior OUTLET da Flórida, o Sawgrass Mills. Já estávamos perto do aeroporto, completamos a gasolina do carro, Cesar Jr nos deixou no aeroporto e foi entregar carro na locadora. Na sua volta comemos uns sanduiches que eu tinha preparado e sentados no chão do acanhado aeroporto. Nos preparamos para o demorado procedimento de retorno para o Brasil, tudo transcorreu em perfeita ordem e em voo muito mais tranquilo que a nossa ida, sem turbulência. Chegamos em Fortaleza prontos para as festividades de final do ano de 2017.

É FLÓRIDA

O grupo tinha 7 pessoas, 5 adultos e 2 crianças de 3 e 6 anos. Saímos em meados de dezembro de 2017 pela empresa aérea Azul de Fortaleza para Belém e daí em voo direto de 5 horas e meia para Fort Lauderdale.  Conhecia esta cidade de passagem entre Miami e Orlando de outros carnavais, a única referência que eu tinha era que ali existia o maior outlet da Flórida, o Sawgrass Mills com 350 lojas. Fort Lauderdale fica a mais ou menos uma hora do centro de Miami. Nesta viagem senti que os preços não estavam tão baixos com antigamente, tudo que comprávamos eu multiplicava por 4 para ter uma ideia de quanto valia em reais.

O voo da azul de ida não foi dos melhores, muita turbulência. Tivemos de enfrentar de noite, ainda cansados dessa viagem, 2 horas de fila no aeroporto, para sermos atendidos por um representante da imigação extremamente antipático e impaciente com nosso grupo. Na fila, infelizmente tinha um sujeito com um cachorro bem grandinho na nossa frente – pensei que não podia – e o Yuri quase pega no rabo do animal. Fiquei imaginando o que poderia acontecer se ele tivesse puxado com força aquele rabo. Enfim, conseguimos entrar neste País governado pelo Trump.

O nosso transporte e das malas foi de ônibus até o local que alugamos uma TAHOE Chevrolet , sempre é conveniente ter garrafinhas disponíveis de água e copos descartáveis nestes momentos críticos, o Yuri sempre pedia água. Seguimos para o hotel Days INN em Fort Lauderdale onde precisávamos passar uma noite reconfortante. Ocorreram alguns inconvenientes neste lugar; Grande demora que eu e Cesar Jr. tivemos na portaria do hotel para obtermos autorização e ocuparmos 2 quartos, enquanto os demais ficaram esperando no carro. A princípio, a recepcionista confusa fez o protocolo apenas para um quarto e depois de descobrir o engano, outra maçada para disponibilizar o segundo com um erro que nos custou caro dissabor. Passamos a noite incomodados com a zoada de um trem que parecia que entrava e saia do hotel e sempre apitando, de 10 em 10 minutos. Junior, de madrugada, ouviu sons de chaves na fechadura e de sobressalto, avisou que o quarto estava ocupado. Ainda bem que os pretendentes não insistiram, de manhã a recepcionista num inglês rápido e incompreensível, até para o intérprete oficial Cesar Jr, tentou se explicar e tratamos de sair o mais rápido possível daquele esconderijo.

Nosso café da manhã foi num desses Macdonald em Fort Lauderdale e saindo dali perdemos um bom tempo tomando uma providência. Desta vez eu e Cesar JR introduzimos um chip por U$ 60,00 e passamos a viagem toda numa comunicação impecável, o recomendável seria ter feito isso logo em Fortaleza. Essas coisas, a gente não pode negligenciar, deixar para depois, é absolutamente indispensável a boa comunicação e evita inúmeros dissabores numa viagem de grupo.

Borboletário em Fort Lauderdale, uma maravilha.

O primeiro passeio foi num borboletário conhecido como BUTTERFLY GARDER CENTER, U$ 20,00 por pessoa. Visitamos o pavilhão das araras, das borboletas, dos demais insetos e dos pássaros. O destaque são as borboletas e recomendo a visita. Mal comparando com Fortaleza, aqui mesmo no Ceará tem um borboletário totalmente desconhecido do grande público, e ainda é grátis. Eles, os americanos são extremamente eficientes no marketing, transformam tudo em dinheiro, inserem as atrações nos locais mais visitados, sejam fisicamente ou virtualmente. Em Fortaleza recebemos milhares de turistas, muitos gostariam de visitar outras atrações, não apenas mar e mulheres bonitas. Porque não integramos um borboletário com, por exemplo, um centro de entomologia da Universidade (apoio a pesquisa e educação), com uma entidade estadual ou municipal de turismo, e cobramos a visita para dar sustentabilidade financeira? Isto vale para o aquário aqui do Ceará que há anos existe apenas em projeto.

Orlando e seus Parques da Disney

Seguimos para Orlando após um rápido Tour pelas praias de Fort Lauderdale, muito organizadas, limpas e sem ondas, é uma cidade exuberante e que merece ser melhor apreciada e explorada pelo turista. Queríamos vencer logo as 3 horas para Kissimmee, que fica a meia hora do centro de Orlando, num condomínio muito próximo dos parques (10 minutos), e no caminho almoçamos num daqueles conhecidos postos de auto – estrada com seus centros de serviços. Chegamos em Kissimmee as 14  hs, entramos numa casa extremamente confortável e logo fomos de carro rever o Walmart e fazer umas compras de produtos básicos que nos abasteceriam até o dia 23, antevéspera de natal.

Orlando se resume aos Parques, nessa época de dezembro estavam lotados. Fomos primeiro para o Centro de Orlando, (Ola Gigante, museu de cera, aquário), valeu a pena. O restaurante foi um achado, o Oliver Garden (Italiano). Creiam, a comida é boa, relativamente barata e ambiente acolhedor. A gente espera na fila e eles inventaram uma estratégia deveras inteligente, podemos pagar a metade do preço do vinho enquanto se aguarda na fila, pela primeira vez gostei de fila, queria até demorar mais para beber um bom vinho californiano mais em conta. Não sou muito entendedor de vinhos, mas, acho melhores os vinhos argentinos e chilenos. Fomos a Ilha da Fantasia, estúdios da Universal e Parques dos dinossauros, quando passei 2 horas numa fila irritante e extenuante, no escuro, principalmente para a Fabiana, que teve um enorme trabalho para controlar as crianças naqueles labirintos apinhados de gente.

E agora, Andrea

Andamos em vários brinquedos.  Revi os que eu já conhecia, Epcot e mais uma vez fiz o passeio virtual de asa delta no Sorin, Viagem a Marte num simulador e naquela bola do EPCOT. Visitei mais detidamente os quiosques do México, EUA (onde comemos uma coxa gigante de peru), Marrocos, China, Canadá e Reino Unido.  Enfim, tudo muito, muito caro, cansativo, gente demais para os brinquedos bons, restaurantes. Mas, no final a gente acha que tudo valeu a pena.

No nosso endereço tínhamos alojamentos confortáveis e mobiliados, e todos os utensílios indispensáveis e eficientes (máquina de lavar, secadora, geladeira, fogão etc), frequentei um centro de convivência muito agradável com bar, sala de leitura e de ginástica e uma bela piscina. Me chamou atenção uma placa com dizeres na piscina “proibido tomar banho com diarreia”. Ora, ora…inventem outra. De tarde Eunice testou o seu aplicativo do Uber e fomos ao Flórida onde Cesar Jr foi nos buscar com todo o pessoal que vinha de outro parque.

Fizemos um passeio muito interessante e barato na Lake Buena Vista e visitamos o Lago Village onde alguns passearam até num balão. Eu mesmo dei por visto viajar neste balão. Este ano de 2018 o  New York Times indicou o local para ser visitado, com o título Disney Springs. Anualmente o jornal elege visitar 52 lugares no mundo e em 2018 o Brasil ficou fora da lista. Isto é lamentável.

O grupo em Orlando, Lake Buena Vista

No dia 23 arrumamos as malas para deixar nosso refúgio em Kissimmee e seguir para Miami onde passaríamos o natal. Nessa viagem o grupo tomava o café da manhã e jantava em casa e almoçava fora, este princípio foi concebido para redução de custos. Quando estávamos em casa utilizávamos o Chromecast, altamente útil, aliás, utilíssimo na viagem e nos permitindo acesso ao noticiário em tempo quase real no Brasil pelo Yutube. Muito oportuno também, foi eu ter levado um adaptador de tomada, imprescindível desde os primeiros momentos de chegada aos EUA. O problema maior, eu tentei ajudar, fiz a minha parte, foi o esforço laboral doméstico na casa, esse é que é o nosso grande embaraço. No Brasil, somos acostumados a consumir sucos de frutas naturais, tanto em casa quanto em restaurantes. Nos EUA e Alemanha, os sucos são geralmente industrializados (gosto alterado) e acho que eles não sabem o que estão perdendo, principalmente no caso do suco de laranja que deve ser produzido e consumido no máximo em 15 minutos.